Entenda as baterias e módulos eletrônicos em motores marítimos

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(Por Hélio Luppino/Marimar Volvo Penta – Texto atualizado em cima da primeira versão publicada em 2020).

Há algum tempo li uma matéria sobre baterias assinada pelo Alexandre Akashi editor da
revista Oficina Brasil. A matéria trata do funcionamento e dos cuidados que devemos ter com
o sistema computadorizado que gerencia os modernos motores eletrônicos. Com permissão
do Alexandre, reproduzo parte dessa matéria com algumas adaptações que tomei a liberdade
de fazer e dizem respeito aos nossos motores. Então hoje vamos falar um pouco sobre as
baterias e módulos eletrônicos em motores marítimos.

Baterias e Módulos eletrônicos

Como escreveu o autor da matéria: “pode parecer extremamente primário” o que vamos
explicar, porém muitos reparadores e proprietários de veículos equipados com motores mais
avançados, sejam eles de automóveis ou de embarcações, passam por algumas dificuldades
ao lidarem com o sistema eletrônico por não atentarem a pequenos detalhes.

Primeiramente, vale entender que no funcionamento dos motores mais modernos, as baterias
exercem um novo papel onde a qualidade e seu bom estado são fundamentais.

Com o advento da injeção eletrônica, no início da década de 1990, praticamente todos os
motores concebidos pelos principais fabricantes deixaram de ser controlados mecanicamente
para dar lugar aos sistemas computadorizados de gerenciamento.

Assim como nos computadores que temos em casa, os módulos eletrônicos (ECUs) também
funcionam à base de eletricidade e são alimentados pela tensão das baterias.

A quantidade de ECUs que atende um veículo aumentou na mesma proporção do crescente
desenvolvimento tecnológico. Em alguns modelos atuais de automóveis eles chegam a ser
mais de 70 controladores, para gerenciar não somente a injeção eletrônica, mas também
sistemas como os de estabilidade (ESP), freios ABS, acelerador eletrônico, airbags, arcondicionado, vidros e travas elétricas, chaves, bancos, limpadores de pára-brisas, equipamentos de áudio e vídeo e mais, muito mais.

Módulos eletrônicos nos motores Volvo Penta

Nos barcos, além das funções similares às dos automóveis, módulos ECU têm como atribuição fundamental gerenciar o funcionamento do motor nas especificações de fábrica. Nos motores Volvo Penta, por exemplo, isso é feito por meio de softwares previamente programados pela fábrica. Nesses motores os módulos ECU são também programados para transformar sinais analógicos para sinais “Can” e vice versa, para controlar o engate de marchas e para controlar a aceleração dos motores.

No caso dos motores com propulsão IPS, também da Volvo Penta, os ECUs controlam o
sistema de direção; todo o funcionamento dos instrumentos padrão (conta-giros; pressão de
óleo, temperatura da água; etc.); monitora o consumo de combustível em tempo real e a
quantidade de milhas que podem ser percorridas com o combustível do tanque; e ainda
fornece dados do GPS para que o piloto automático siga a rota traçada pela carta náutica.

O Alexandre ensina que para interligar todos estes módulos, foram criadas as redes de
comunicação automotivas, que basicamente fazem com que os sensores troquem
informações entre si, simultaneamente, durante o tempo inteiro, com o objetivo de acionar
ou não um dispositivo específico caso o resultado das leituras seja diferente do estipulado na
programação definida como normal.

Então, a partir do momento que apertamos o botão do controle remoto e abrimos a porta do
carro, o sistema de alimentação de energia está acionado. O veículo está consumindo energia.
Quando inserimos a chave no contato e a ligamos e as luzes acendem no painel, realiza-se
automaticamente uma verificação de todos os sistemas, para saber se estão todos
funcionando. Nos barcos a coisa funciona do mesmo jeito.

Baterias e Módulos eletrônicos

É como uma chamada de início de aula. O professor pega o diário de turma e começa a
perguntar: número um, número dois… ou Alberto, Anderson, assim por diante. Na medida em
que os alunos vão se identificando, a presença é anotada.

Cuidados com a alimentação da ECU

Nos modernos motores que equipam nossos barcos, no entanto, esta chamada é feita
constantemente e não uma única vez ao energizar o sistema, ou seja, enquanto o motor
estiver funcionando essa checagem é feita de tempos em tempos. Mais adiante você vai ler
que, mesmo com o motor desligado na chave, a checagem continua.

Assim, com a bateria em perfeito estado de funcionamento, os módulos vão respondendo à
medida que são consultados e, mesmo depois que se desliga a chave do contato, as ECUs
ainda estão funcionando, realizando um check-up nos sistemas, antes de entrar em estado de
standby (espera).

Se neste momento acaba a energia e a alimentação é cortada (a bateria é desconectada ou,
como é comum nas embarcações, a chave geral é desligada), o módulo que estava trabalhando
freneticamente, questionando os sistemas para saber se está tudo bem, para depois poder
‘repousar’, desliga no meio da tarefa e acontece algo muito similar a quando você está
digitando um texto no computador e a energia acaba. Como resultado, você perde tudo o que
escreveu e quando religa o computador ele entra em modo de segurança ou, como em alguns
casos, ele nem religa.

Isso acontece porque se interrompeu uma tarefa repentinamente. A ECU precisa de um
tempo para se recompor e não perder as referências pré-programadas. Imagine que você está
andando na rua, distraído, e de repente alguém chega por trás e te dá uma pancada na cabeça.
Você desmaia e perde os sentidos e pode até perder a memória. Com a ECU ocorre algo muito
similar.

Em se tratando dos modernos motores eletrônicos, nunca, jamais, em hipótese alguma,
desligue a bateria e/ou desligue a chave geral do barco, sem critério nenhum. Em outras
palavras, desligar a bateria ou a chave geral fora do tempo que é necessário significa dar uma
pancada na cabeça da ECU. No entanto, quando ela voltar, não saberá onde está, o que estava
fazendo e vai se embaralhar toda. Os módulos podem não funcionar direito, a injeção pode
perder parâmetros e o motor funcionar quadrado ou até mesmo não funcionar.

Baterias e Módulos eletrônicos

O que fazer, então? Quais são os critérios?

Depende. Cada motor tem um sistema diferente, mas uma receita básica é a seguinte: antes
de desconectar os pólos da bateria ou desligar a chave geral do barco deixe o motor imóvel e
intocado por pelo menos dez segundos. Neste período, todos os sistemas serão checados e
liberados para repouso.

Não esqueça: desligar a chave geral no barco é o mesmo que desconectar os pólos das
baterias, portanto, o prazo deve ser também de dez segundos para desligar a chave geral, após o
desligamento do motor pela chave de contato.

Para mais informações sobre baterias, entre em contato com a Marimar. Somos autorizados Volvo Penta e temos tradição em ótimo atendimento e qualidade de serviço, tanto para vendas como para revisões e manutenções.
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Bons mares!